domingo, 27 de setembro de 2009

CRÔNICA DE LUIS FERNANDO VERÍSSIMO


LIXO - Crônica de Luis Fernando Verissimo
Encontram-se na área de serviço. Cada um com seu pacote de lixo. É a primeira vez que se falam.- Bom dia...- Bom dia.- A senhora é do 610.- E o senhor do 612- É. - Eu ainda não lhe conhecia pessoalmente. ..- Pois é...- Desculpe a minha indiscrição, mas tenhovisto o seu lixo...
- O meu quê? pppppppppppppppppppppppppppppppppIlustração de Roberto Hasselmann- O seu lixo.- Ah...- Reparei que nunca é muito. Sua família deve ser pequena...- Na verdade sou só eu.- Mmmm. Notei também que o senhor usa muito comida em lata.- É que eu tenho que fazer minha própria comida. E como não sei cozinhar...- Entendo.- A senhora também...- Me chame de você.- Você também perdoe a minha indiscrição, mas tenho visto alguns restos de comida em seu lixo. Champignons, coisas assim...- É que eu gosto muito de cozinhar. Fazer pratos diferentes. Mas, como moro sozinha, às vezes sobra...- A senhora... Você não tem família?- Tenho, mas não aqui.- No Espírito Santo.- Como é que você sabe?- Vejo uns envelopes no seu lixo. Do Espírito Santo.- É. Mamãe escreve todas as semanas.- Ela é professora?- Isso é incrível! Como foi que você adivinhou?- Pela letra no envelope. Achei que era letra de professora.- O senhor não recebe muitas cartas. A julgar pelo seu lixo.- Pois é...- No outro dia tinha um envelope de telegrama amassado.- É.- Más notícias?- Meu pai. Morreu.- Sinto muito.- Ele já estava bem velhinho. Lá no Sul. Há tempos não nos víamos.- Foi por isso que você recomeçou a fumar?- Como é que você sabe?- De um dia para o outro começaram a aparecer carteiras de cigarro amassadas no seu lixo.- É verdade. Mas consegui parar outra vez.- Eu, graças a Deus, nunca fumei.- Eu sei. Mas tenho visto uns vidrinhos de comprimido no seu lixo...- Tranqüilizantes. Foi uma fase. Já passou.- Você brigou com o namorado, certo?- Isso você também descobriu no lixo?- Primeiro o buquê de flores, com o cartãozinho, jogado fora. Depois, muito lenço de papel.- É, chorei bastante, mas já passou.- Mas hoje ainda tem uns lencinhos...- É que eu estou com um pouco de coriza.- Ah.- Vejo muita revista de palavras cruzadas no seu lixo.- É. Sim. Bem. Eu fico muito em casa. Não saio muito. Sabe como é.- Namorada?- Não.- Mas há uns dias tinha uma fotografia de mulher no seu lixo. Até bonitinha.- Eu estava limpando umas gavetas. Coisa antiga.- Você não rasgou a fotografia. Isso significa que, no fundo, você quer que ela volte.- Você já está analisando o meu lixo!- Não posso negar que o seu lixo me interessou.- Engraçado. Quando examinei o seu lixo, decidi que gostaria de conhecê-la. Acho que foi a poesia.- Não! Você viu meus poemas?- Vi e gostei muito.- Mas são muito ruins! - Se você achasse eles ruins mesmo, teria rasgado. Eles só estavam dobrados.- Se eu soubesse que você ia ler...- Só não fiquei com eles porque, afinal, estaria roubando. Se bem que, não sei: o lixo da pessoa ainda é propriedade dela?- Acho que não. Lixo é domínio público.- Você tem razão. Através do lixo, o particular se torna público. O que sobra da nossa vida privada se integra com a sobra dos outros. O lixo é comunitário. É a nossa parte mais social. Será isso?- Bom, aí você já está indo fundo demais no lixo. Acho que...- Ontem, no seu lixo...- O quê?- Me enganei, ou eram cascas de camarão?- Acertou. Comprei uns camarões graúdos e descasquei.- Eu adoro camarão.- Descasquei, mas ainda não comi. Quem sabe a gente pode...- Jantar juntos?- É.- Não quero dar trabalho.- Trabalho nenhum.- Vai sujar a sua cozinha?- Nada. Num instante se limpa tudo e põe os restos fora.- No seu lixo ou no meu?(Este texto está no livro O analista de Bagé.)

sábado, 26 de setembro de 2009

De olho no conhecimento! Boa leitura

Crônica
Crônica é um gênero literário produzido essencialmente para ser veiculado na
imprensa, seja nas páginas de uma revista, seja nas páginas de um jornal. Quer dizer, ela é feita com uma finalidade utilitária e pré-determinada: agradar aos leitores dentro de um espaço sempre igual e com a mesma localização, criando-se assim, no transcurso dos dias ou das semanas, uma familiaridade entre o escritor e aqueles que o lêem.

Características
A crônica é, primordialmente, um texto escrito para ser publicado no jornal. Assim o facto de ser publicada no jornal já lhe determina vida curta, pois à crônica de hoje seguem-se muitas outras nas próximas edições
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CRONICA DE AMOR

Crônica do Amor
Ninguém ama outra pessoa pelas qualidades que ela tem, caso contrário os honestos, simpáticos e não fumantes teriam uma fila de pretendentes batendo a porta.
O amor não é chegado a fazer contas, não obedece à razão. O verdadeiro amor acontece por empatia, por magnetismo, por conjunção estelar.
Ninguém ama outra pessoa porque ela é educada, veste-se bem e é fã do Caetano. Isso são só referenciais.
Ama-se pelo cheiro, pelo mistério, pela paz que o outro lhe dá, ou pelo tormento que provoca.
Ama-se pelo tom de voz, pela maneira que os olhos piscam, pela fragilidade que se revela quando menos se espera.
Você ama aquela petulante. Você escreveu dúzias de cartas que ela não respondeu, você deu flores que ela deixou a seco.
Você gosta de rock e ela de chorinho, você gosta de praia e ela tem alergia a sol, você abomina Natal e ela detesta o Ano Novo, nem no ódio vocês combinam. Então?
Então, que ela tem um jeito de sorrir que o deixa imobilizado, o beijo dela é mais viciante do que LSD, você adora brigar com ela e ela adora implicar com você. Isso tem nome.
Você ama aquele cafajeste. Ele diz que vai e não liga, ele veste o primeiro trapo que encontra no armário. Ele não emplaca uma semana nos empregos, está sempre duro, e é meio galinha. Ele não tem a menor vocação para príncipe encantado e ainda assim você não consegue despachá-lo.
Quando a mão dele toca na sua nuca, você derrete feito manteiga. Ele toca gaita na boca, adora animais e escreve poemas. Por que você ama este cara?
Não pergunte pra mim; você é inteligente. Lê livros, revistas, jornais. Gosta dos filmes dos irmãos Coen e do Robert Altman, mas sabe que uma boa comédia romântica também tem seu valor.
É bonita. Seu cabelo nasceu para ser sacudido num comercial de xampu e seu corpo tem todas as curvas no lugar. Independente, emprego fixo, bom saldo no banco. Gosta de viajar, de música, tem loucura por computador e seu fettucine ao pesto é imbatível.
Você tem bom humor, não pega no pé de ninguém e adora sexo. Com um currículo desse, criatura, por que está sem um amor?
Ah, o amor, essa raposa. Quem dera o amor não fosse um sentimento, mas uma equação matemática: eu linda + você inteligente = dois apaixonados.
Não funciona assim.
Amar não requer conhecimento prévio nem consulta ao SPC. Ama-se justamente pelo que o Amor tem de indefinível.
Honestos existem aos milhares,
generosos têm às pencas, bons motoristas e bons pais de família, tá assim, ó!
Mas ninguém consegue ser do jeito que o amor da sua vida é! Pense nisso. Pedir é a maneira mais eficaz de merecer. É a contingência maior de quem precisa.
(Arnaldo Jabor)

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Aos meus queridos alunos! De olho no conhecimento.



Redação

DISSERTAÇÃO - ESCREVENDO UM BOM TEXTO DISSERTATIVO

Dissertação é um texto que se caracteriza pela defesa de uma idéia, de um ponto de vista, ou pelo questionamento acerca de um determinado assunto.Em geral, para se obter maior clareza na exposição de um ponto de vista, costuma-se distribuir a matéria em três partes.
introdução - em que se apresenta a idéia ou o ponto de vista que será defendido;
desenvolvimento ou argumentação - em que se desenvolve o ponto de vista para tentar convencer o leitor; para isso, deve-se usar uma sólida argumentação, citar exemplos, recorrer a opinião de especialistas, fornecer dados, etc.
conclusão - em que se dá um fecho ao texto, coerente com o desenvolvimento, com os argumentos apresentados.
Quanto à linguagem, prevalece o sentido denotativo das palavras e a ordem direta das orações. Também são muito importantes, no texto dissertativo, a coerência das idéias e a utilização de elementos coesivos, em especial das conjunções que explicitam as relações entre as idéias expostas. Portanto, a elaboração de um texto dissertativo não está centrada na função poética da linguagem e sim na colocação e na defesa de idéias e na forma como essas idéias são articuladas. Quando se lança mão de uma figura de linguagem, ela deverá sempre ser utilizada com valor argumentativo, como um instrumento a mais para a defesa de uma determinada idéia.

Educação e desenvolvimento

segunda-feira, 21 de setembro de 2009


OLÁ !!!

REFLITA SOBRE A IMAGEM.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

mensagem para amigos

leila disse...

Queridos amigos,estou começando a usar esta nova ferramenta e pretendo com a mesma ampliar meus trabalhos.

leila disse...

Em tempos de ''Semana da Pátria'' vamos renovar nossos sentimentos de amor ao nosso Brasil como uma grande e unida família.

leila disse...

'' A prosperidade de um país não depende da abundância de suas rendas,nem da importância de suas fortalezas, nem da beleza de seus edifícios públicos, porém do número de seus cidadãos cultos, de seus homens de educação, ilustração e caráter. Nisso é que está seu verdadeiro interesse,sua principal força seu real poder.''

leila disse...

MÚSICA
A música é uma forma de expressão artística muito antiga. No Brasil, as primeiras manifestações musicais pertenceram aos indígenas.Depois, à vasta diversidade de rítmos, danças e cantos dos índios, uniram-se a tradição rítmica dos povos africanos e a herança musical europeia trazida pelos colonizadores.
Trabalhar a música com nossos alunos é sempre
atraente e motivador.Eis aí uma boa sugestão.

leila disse...

HISTÓRIA DA PALAVRA ''MÚSICA''
Essa palavra veio até nós através do latim musica, originária do grego mousike, e referia-se à arte das musas(divindades que presidiam as artes).Em sua orígem esse termo era utilizado para designar uma forma artística mais ampla da que entendemos por música atualmente. Para os gregos antigos, tratava-se de todo um conjunto que incluía a poesia, a dança e os sons.Essa forma artística acompanhava o teatro,as festas e as cerimônias religiosas.
Atualmente as músicas são bastante sugestivas como é o caso de ''PLANETA ÁGUA'' de Guilherme Arantes,que enfatiza um precioso elemento da Natureza que serve de inspiração ao artísta para criar a letra da música.Essa música tem uma linguagem poética trabalhada cuja função é causar um prazer estético no leitor.Para que esse objetivo seja alcançado, o autor elaborou seu texto utilizando determinados recursos linguísticos e sonoros,nesse contexto lhe permite aindaa sensibilizar o leitor para a problemática da água.CANTE!!!!